Propósito
O Curso de extensão WARANA – o princípio de todo conhecimento: saberes dos Povos Originários insubordinados e invisibilizados do Brasil em suas vozes pela cultura de paz, anuncia seu propósito no título.
Warana – a origem, a semente, a fonte. Na linguagem Tupy significa "olho de gente". Dessa palavra, vem a palavra “Guaraná”. Nessa cultura ancestral, a lenda de Warana - Guaraná conta que um casal de indígenas da tribo sateré-mawé não conseguia ter filhos e imploraram essa graça ao deus Tupã. Foram então agraciados com o nascimento de um menino lindo, uma criança encantadora e generosa, de bom coração. O pequeno Curumim despertou a inveja de Jurupari, o deus da escuridão. Certo dia, o menino foi picado mortalmente por Jurupari, que se transformara numa venenosa cobra, enquanto colhia frutas na floresta. Toda a tribo lamentou muito a morte do Curumim. Tupã então ordenou: "Tirem os olhos do Curumim e plantem-nos em terra bem firme e macia. Reguem com as suas lágrimas durante quatro luas. Nascerá a planta da vida, que trará nova energia e força aos jovens e revigorará os velhos". Todos obedeceram a Tupã. E depois de quatro luas nasceu uma nova planta! Esta foi celebrada por toda a tribo como "a multiplicação dos olhos do príncipe" como uma fonte renovadora, trazendo com seu princípio novos olhares e vitalidade para a comunidade.
No fundamental, esse é o propósito desta jornada de encontros em torno da temática da sabedoria que vem sendo apagada da nossa cultura: resgatá-la para fortalecer e dar a conhecer os seus saberes e conhecimentos, e assim renovar as energias para o enfrentamento dos desafios contemporâneos que atravessamos como humanidade em nossa casa, a Mãe Terra. Desafios que impactam toda a teia da vida em nosso planeta.
Abrir a escuta para que as vozes dos povos originários do Brasil – indígenas de diferentes etnias e tradicionais quilombolas, negras, negros e afrodescendentes, reverberem a partir de suas próprias realidades e historicidades.
Estrutura
Teremos a seguinte estrutura de abordagens ao longo do curso, que acontecerá em 6 Módulos:
Nos Módulos 1 e 2, todos os docentes serão dos povos originários: no primeiro contaremos com a presença das seguintes etnias: Mbyá Guarani, Guajajara, Tapuya, Fulniô, Pataxó Háã Hã Hãe, Mura, Wiyoto, Kayapó. No segundo módulo teremos as presenças do Povo Tradicional Quilombolas: Kalunga e Mineiros, afrodescendentes, e com a presença internacional de docentes da Guiné Bissau- África e dos Estados Unidos.
No módulo 3 traremos a contextualização com nossa América Latina, os povos tradicionais de Abya Ayala, a Terra do Florescimento, como nominavam os povos ancestrais, com o tema “Fenomenologia e Cosmologia : caminhos para a cultura de paz. Abordaremos as Cosmologias, as visões de mundo e do universo, a grande origem.
No módulo 4 trataremos do tema “Decolonialidade e ecopedagogia: caminhos para a cultura de paz”. O tema da decolonialidade emerge como esse desnudamento necessário de visões e narrativas equivocadas que vem nos impedindo de honrar verdadeiramente a nossa História, oferecendo a abertura para ressignificações e transformações, gerando um lastro efetivo para que a cultura de paz possa aflorar sem hipocrisias e distorções. Que nos coloque na perspectiva de uma amplitude de horizontes, criando as condições para que o novo possa emergir a partir de uma cura dos valores e princípios. Traremos nesse módulo abordagens sobre a ecopedagogia e uma provocação necessária: que educação, que bases de uma pedagogia iniciática precisaremos para esses tempos que se anunciam de profundas transformações?
No Módulo 5 focalizaremos o tema “Ética pela Terra”, no único encontro presencial que teremos, na sede da UNIPAZ DF. Um espaço lindo, localizado dentro de uma Unidade de Conservação do Distrito Federal a Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE Granja do Ipê, em meio a uma natureza exuberante e bem conservada, banhada pelo Capão Preto e dotada de uma linda cachoeira. Nesse Módulo acontecerão aprendizagens criativas, diálogos em rodas de conversa, em rica diversidade linguística, trocas de saberes em vivências com as culturas de diferentes etnias e tradições de matriz africana ao longo de três dias de encontro. Que pressupostos, que atitudes poderão reverter o cenário que marca a crise civilizatória que atravessamos e que possa acenar com novos pactos éticos na relação dos seres humanos com a grande fraternidade dos filhos e filhas da Terra? Vamos investigar iniciativas que resgatem valores para que a identidade terrena aflore curando a crise de fragmentação que caracteriza o momento atual da humanidade. Como promover a reconexão com a Natureza, e a Teia da Vida?
No Módulo 6 – celebraremos “Ubuntu: eu sou porque nós somos!” no qual estaremos finalizando nossa jornada com as partilhas dos trabalhos realizados que denominamos as Obras Primas. Ao logo do curso haverá tutorias para que as abordagens dos encontros sejam identificadas para projetos práticos e interventivos nas vidas cotidianas dos aprendizes. Nesse último encontro realizaremos as apresentações das OPs. Importante registrar que estaremos analisando a possibilidade de realizar posteriormente publicações a partir dos conteúdos gerados.
Em resumo, serão 6 módulos ao longo de 6 meses, com aulas online. O quinto módulo será em formato de imersão presencial na sede da UNIPAZ DF, em Brasília, com data prevista para 20 a 22 de junho de 2025.
Investimento
Matrícula: R$125,00
Mensalidades: 6 parcelas de R$494,00
Duração
Início em 14/02/2025
Término em 15/07/2025
Para dúvidas e mais informações entre em contato pelo número (61)98199-1516